Hábito herdado dos festejos a S. Martinho e que acompanham desde tempos imemoriais a festa a S. Nicolau, bispo, e que os moços de uma comunidade iam pedindo pau e recolhiam madeira e castanhas pelas casas e pelas confrarias e que no Rossio - a Praça maior - da freguesia faziam fogueira e assavam castanhas - o magusto - convidando todo o povo da freguesia.
O acontecimento principal da noite é o acender das fogueiras no rossio de cada cidade, no Ferreiro de cada aldeia ou lugar. Cada fogueira corresponde a um foco de sociabilidade e é uma vivência comunitária.
O uso ritual do fogo é também uma característica marcante da noite de S. Martinho a 11 de Novembro e da noite de Natal o S. Nicolau. Também nas casas onde foi acesa uma fogueira na noite de S. Sebastião, não entrará “fome, peste e guerra” quer isto dizer hoje: a pobreza, a doenças epidémicas e o recrutamento militar dos moços.
Na noite de S. Martinho, nas casas dos que podem, assam-se castanhas e batatas, ao lume, e o vinho novo corre em abundância. É necessário referir neste contexto, o significado simbólico do vinho: “o vinho é símbolo do orgulho e do valor dos homens da casa, e é oferecido a todos os visitantes. A falta do vinho em caso, é motivo de particular vergonha para o camponês. A noite de S. Martinho celebra assim, o êxito da casa na sua reprodução, em termos quer da sua alimentação, quer da sua posição social ao longo de mais um ano”.
Em 1971, ano em que foi eliminado o número Roubalheiras das Festas devido aos abusos de pessoas estranhas, fez-se reviver o “Magusto".
Hoje, recolhidas as posses, promovem os estudantes um Magusto em que confraternizam com os populares. Castanhas e vinho tinto passam de mão em mão no renovar de uma tradição que tem origem no dízimo de Urgeses, doação feita aos coreiros da Colegiada, os precursores da Festa, por um Cónego da mesma. Durante muitos anos esteve a função suspensa por desvinculação da propriedade que suportava tal encargo. Porém, num gesto bonito e muito de realçar, a Junta de Freguesia de Urgeses, induzida por Helder Rocha, o Nicolino Mor, chamou a si o encargo e tornou possível retomar a antiquíssima usança! É assim que, de há anos a esta parte, a Academia lá vai "cobrar o dízimo", como outrora, e o converte em popular magusto ali no Centro Histórico, na belíssima Praça de S.Tiago, oportunidade nunca desperdiçada pelo Povo para umas horas de franco convívio com os seus estudantes.