Arquivo: Tertúlias e Reencontros
Desde sempre as amizades que mais marcam e mais perduram se geram nos bancos da Escola.
Depois outras acrescem mas, como essas, só paralelas as que o Homem encontra em grupos que implicam colaboração e sacrifício, como a tropa ou o trabalho de cada um.
Que os amigos da estúrdia ou do jogo são sempre de pantomina... São amigos de ocasião, de torna viagem, sempre na mira de interesses imediatos. Esses os damos ao Demo...
Pois sendo tertúlia a "assembleia de parentes e amigos" só as entendemos nós quando os amigos sejam melhores que os parentes.
Ora as tertúlias nicolinas geram-se a partir de grupos de antigos estudantes do Liceu que se conheceram durante as aulas e os recreios comuns no espaço de cinco ou sete anos da sua vivência liceal - alguns até a beneficiar de conhecimentos alargados mercê de imprevistas raposas no percurso - caldeada nos mesmos sacrifícios e divertimentos, nas mesmas ansiedades e esperanças, com a marca inesquecível de uma vivência comum de tradições tão únicas como as Festas Nicolinas.
Não admira pois que em Guimarães elas ultrapassem cinco dezenas, umas mais outras menos estruturadas, variável o número, a qualidade e a forma de reunião mas nunca o objetivo: reavivar durante o ano a magia da reunião magna e coletiva do Pinheiro, manter viva e quente a brasa da Amizade!
Registo de TertúliasAqui deixamos um apelo para que cada grupo não deixe de elaborar um completo ficheiro dos seus componentes, atas das suas reuniões acompanhadas de um bom acervo de fotografias e uma crónica atualizada das suas realizações, para que o futuro conheça o grande impacto sentimental da Festa na amizade e solidariedade por essas Tertúlias mantido através das vicissitudes do nosso quotidiano.
As Tertúlias Nicolinas são hoje, outrossim, uma realidade no meio vimaranense e cada grupo de Velhos Nicolinos realiza a sua Ceia para nela reviver os próprios "velhos tempos". E nessas Ceias Nicolinas surgem as inevitáveis intervenções, na sua maioria não escritas; ora aqui chego à proposta;
a) Que cada Tertúlia escolha um dos seus elementos para preparar e declamar um Pregão dos Velhos;
b) Que cada Tertúlia envie uma cópia de cada trabalho para a AAELG para arquivo e possível recriação futura da História das Nicolinas.
Esperemos que a sugestão não caia em saco roto.
Será uma forma simples e segura de registar para a posteridade a existência e fé nicolina das numerosas Tertúlias que felizmente continuam a viver a Festa depois de retirado o Pinheiro do seu posto milenário...
A. Meireles Graça 2001"