Arquivo: Braúlio Caldas
Braúlio Lauro Pereira Silva Caldas
Bráulio Lauro Pereira da Silva Caldas, era filho de António Pereira da Silva, Professor Primário, e de Francisca Emília Pereira da Silva Cunha. Nasceu no lugar de Belmense na freguesia de S. Miguel das Caldas de Vizela, em 28 de Março de 1861 e faleceu na mesma freguesia a 17 de Outubro de 1905. Fez os seus estudos liceais em Braga, onde, mais tarde, depois de formado, foi professor no Liceu. Formou-se em Direito e Teologia na Universidade de Coimbra, em 1889. Foi advogado distintíssimo, orador fluente e eloquente, poeta admirável, dum lirismo encantador, republicano sincero e leal, bairrista indefectível que tanto amou a sua Terra. Honrou a sua terra com o seu saber, a sua brilhante inteligência e o seu coração de oiro. Exerceu a advocacia em várias comarcas como Guimarães, Braga, Póvoa de Lanhoso, Santo Tirso, Paços de Ferreira, etc. Fundou e dirigiu o jornal independente «O Vizelense» de que só tirou 6 números. O jurisconsulto distingue-se pelo seu talento, o poeta brilhou pelo seu génio, mas o homem comoveu-nos pêlos primores do seu coração afectuoso. Com poesias muito destacadas entra elas “Retrato”, “Murmúrios do Rio Vizela”, etc. estando alguns dos seus poemas gravados em penedos da Penha-Guimarães. Procurava o penedo da saudade na freguesia de S. Miguel das Caldas para meditar. Transcrevemos duas quadras escritas por Bráulio Caldas e que se encontravam no seu livro inédito «Estudantinas d'outurora» que, infelizmente, o poeta não chegou a publicar.
Foge lua envergonhada
Retira-te lá dos céus.
Que os olhos da minha amada
Tem mais brilho do que os teus
Se tu és tão adorada.
Se tu és assim tão bela,
É porque foste formada
Do brilho dos olhos dela.