Dr. Nuno Simões
Advogado, político e jornalista, Nuno simões nasce a 30 de Janeiro de 1894 em Calendário, freguesia do concelho de Vila Nova de Famalicão. Em Julho de 1913, através da influência, ou não, de Joaquim de Sousa Fernandes, outro republicano famalicense, é nomeado Sub-Delegado da República para a comarca de Vila Nova de Famalicão. Figura ímpar do republicanismo português foi Governador Civil de Vila Real, Membro do Supremo Tribunal Administrativo, Deputado e Ministro do Comércio e das Comunicações em três governos da 1ª Republica (entre 1921 e 1925), economista, jornalista, advogado e um dos grandes defensores do Luso-Brasileirismo. Em plena actividade política, dedicou-se ao estudo dos problemas internos do pais, a nível económico, social, político e cultural onde defende o regionalismo, o vinho o Porto e a sua marca internacional, a industria portuguesa, a agricultura, o comercio e a emigração, coincidindo estes interesses com as posições que ocupa na politica nacional. Durante o seu primeiro mandato como ministro à frente da pasta do Comercio e Comunicações, o país ficou-lhe a dever uma série de legislação relacionada com a obtenção de recursos para iniciar uma política de fomento de portos e marinha mercante, assim como dos transportes ferroviários pelo país. No seu segundo mandato, presidido por Álvaro de Castro, à frente da pasta do Comercio e Comunicações, entre muitas das leis emanadas pelo seu ministério, deve-se-lhe a primeira classificação oficial dos monumentos históricos, pela lei n.º 1700, de 8 de Julho d 1924, formando, assim, a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, com quatro secções (Lisboa, Porto, Coimbra e Évora). No seu terceiro mandato, no governo de Domingos Pereira, decretou, entre várias leis, a protecção à marinha mercante nacional; criou a Junta Autónoma das Estradas. Ao lado da sua carreira política reforça as relações sociais com o Brasil e debate-se pela aproximação Luso-Brasileira, através da presença sempre assídua de artigos em revistas e jornais, nacionais e internacionais, inerentes a essa causa, ao lado de personalidades como Consiglieri Pedroso, Bettencourt Rodrigues, João de Barros, Graça Aranha, paulo Barreto, António Sergio, Jaime Cortesão, Assis Chateaubriand, entre outros. A partir de 1925, Portugal entra em balbúrdia contra os políticos e, poucos meses antes do 28 de Maio, Nuno Simões era objecto de uma campanha de calúnia e acusação na Imprensa portuguesa, que o envolvia no escândalo do Banco Angola e Metrópole, que o levaram à prisão. Preso e enxovalhado, afasta-se da política aos 32 anos, dedicando-se, a partir de então, à advocacia e à consultadoria de empresas. Ao longo da sua vida recebeu várias condecorações , destacando-se a ordem do Cruzeiro do Sul, em 1953, Grande Oficial da Ordem do Rio Branco, em 1968 e, a titulo póstumo, a de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.