Arquivo: Francisco de Holanda - Escola Secundária
Um pouco de história
Com base num texto do Dr. Santos Simões
Em 20 de Dezembro de 1864, o ministro João Crisóstomo publicou o Decreto que criou as escolas industriais de Guimarães, Covilhã e Portalegre, escrevendo no preâmbulo do diploma: “Ninguém, cujo espírito seja dominado pela índole progressista e liberal da época em que vivemos, deixará de reconhecer que a instrução pública é um dos mais indispensáveis elementos, não só do desenvolvimento moral da humanidade, mas também do progresso constante das forças progressivas de qualquer nação”. Passaram, entretanto, duas décadas e só o dinamismo da geração que fundou a Sociedade Martins Sarmento e a sua Revista de Guimarães, criou a primeira aula de desenho de apoio à indústria, promoveu a primeira Exposição Industrial do concelho e fez chegar a Guimarães o comboio é que, no quadro das mesmas preocupações, lutou e conseguiu, 20 anos depois de ter sido criada no papel, foi, de facto, criada por Decreto de 3 de Dezembro de 1884. Foi seu primeiro responsável o único professor (e chefe de secretaria e contínuo) dessa escola que começou com uma aula de Desenho entregue a António Augusto da Silva Cardoso, que era o professor da aula de Desenho da Sociedade Martins Sarmento. Com a criação da escola oficial, deixou de funcionar, por desnecessária, a aula de Desenho da Sociedade. Face às dificuldades então existentes, a escola entrou em funcionamento na sede da Sociedade Martins Sarmento, então no Largo do Carmo e contígua à de Martins Sarmento. Daí, passou para a rua Paio Galvão e ficou instalada no prédio a que correspondem as três últimas janelas (no sentido do Mercado para o Largo do Toural) do prédio onde hoje se encontra o Banco Pinto & Sotto Mayor.
Passa daqui para o Largo dos Laranjais, para a casa que hoje pertence à família Moura Machado.
Não termina aqui a via sacra. Ocupa pela primeira vez parte do corpo de arquitectura fabril, começado a construir em 1887, incorporado nas instalações actuais. Neste corpo, situado no que então se chamava campo do Proposto (designação imprecisa, porque do Proposto eram todos os terrenos envolventes desta casa, incluindo o estádio e a maior parte dos terrenos marginais da actual Avenida Conde de Margaride), também esteve instalado o quartel, com praças e cavalgaduras.
Mas não foi uma instalação definitiva. De facto, ela vai ainda para uma casa do Barão de Pombeiro, no topo norte do Largo Cónego José Maria Gomes. Passa também pelas salas do antigo Convento de Santa Clara, onde já funcionava o Seminário – Liceu. Regressa, finalmente, às suas instalações no Proposto, que entretanto tinham ficado concluídas.
Fim da via sacra.