Arquivo: Danças de 1924



Conspiração e de morte,
-se faz, se faz;
E avante que a sorte
O pimpolho um raio corte;
-um raio corte
-zás... zás
-zás... zás
-mata o rapaz
-zás...
-por ser sagáz,
-mata o rapaz.
Cá o velhote
-por ser sagaz...
Vinde velhos, vinde velhos
-a divertir
Da mocidade as lembranças;
Nicolau dá-nos esperanças
-de ressurgir, rir?
-rir? rir?
-rir? rir? Vai ressurgir
-rir,
Por ser velhote.
Cá nesta festança
É sempre lembrança
-rir do pichote.





Hino da Cidade

Oh! Guimarães de D. Afonso Henriques
O nosso hino a ti se canta,
Das mais cidades, atrás, tu não te fiques,
P'ra te saudarmos com trinados na garganta.
Oh! Guimarães de D. Afonso Henriques...
Tem cautela... não te piques.

Em ti cidade a natura é mais fecunda,
Da luz do sol mais viva a claridade...
E, quando a noite de trevas tudo inunda,
E' de crêr que seja grande a escuridade.
Em ti cidade a natura é mais fecunda;
Nas ruas, a erva, prova esta verdade.
Em ti cidade
«In-fólio»
Já tens também... uma mina de petrólio

Tens uma Penha altiva, pedregosa,
Himalaia de beleza natural,
Aonde a morte, mesmo tuberculosa,
Acharia uma cura radical.
Tens uma Penha altiva e pedregosa
Com um Hotel-Hospício, sem igual!
Mas ascensor,
Que tormento!
Só se for... qualquer burro lazarento.

O teu perfume deleita e extasia,
Embora pense alguém que não;
Chega até a causar anestesia, 
Tal é do cheiro a terrível fortidão.
O teu perfume deleita e extasia,
Entra p'las raízes do co.. .ração.
E pela noite
Ai meninos!
São nevoeiros de peste ultra-londrinos.

Oh! Guimarães dos garfos e das facas,
Dos bons copos e canecas de lei!
Tens a Sé, uma ponte, Paço e marcas
Por não ter's bispo nem rio nem o rei.
Oh! Guimarães dos garfos e das facas.
Oh ! Berço bendito da lusa Grei.
Só diremos
Que é inflícia
Tu não teres o teu corpo de... polícia.


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