No último quartel do século XIX, o 1.º de Dezembro era assinalado, em Guimarães, com espetáculos de teatro e poesia no Teatro D. Afonso Henriques. Os estudantes sempre andaram ligados a estas comemorações. Em 1892, por exemplo, segundo notícia publicada no "O Comércio de Guimarães", estiveram ruidosos os festejos nesta cidade, comemorativos da independência de Portugal, e promovidos pela comissão filial da grande comissão central, e pela briosa classe académica. No ano seguinte, lemos no mesmo jornal que este dia não passa despercebido em Guimarães, graças à iniciativa da briosa academia vimaranense.
No dia 21 de Novembro de 1895, reuniu-se a academia vimaranense no Teatro D. Afonso Henriques, para decidir como havia de comemorar a gloriosa revolução de 1640 e o dia de S. Nicolau. É sabido o resultado dessa reunião: nesse ano, foram restauradas as festas a S. Nicolau, cujo programa passou a ter uma configuração próxima da atual. A partir daí, a comemoração do 1.º de Dezembro também passou a integrar o programa das festas dos estudantes que, todos os anos, movimentavam a cidade nos primeiros dias de Dezembro.
Num texto publicado no Independente de 1 de Janeiro de 1904, integrado numa série de artigos sobre as Nicolinas, encontrámos a referência às comemorações da Restauração de 1640 como um dos números do programa das festas dos estudantes de Guimarães:
No 1.º de Dezembro dão os estudantes uma récita de gala no teatro de D. Afonso Henriques, cujo produto é destinado a cobrir em parte as despesas dos festejos. Este número das festas é de criação recente, pois representando os estudantes em tempos mais antigos nos vários barracões que precederam o atual teatro, não o faziam por ocasião das festas.
As celebrações do 1.º de Dezembro em Guimarães andaram associadas às Nicolinas, pelo menos, até ao final da década de 1920. Naqueles tempos, era a academia vimaranense que mantinha viva a memória da Restauração da Independência de 1640 (se não fosse a Academia, passaria despercebida esta histórica e inolvidável data em Guimarães, escrevia-se no "O Comércio de Guimarães" de 2 de Dezembro de 1924).
A integração da celebração do 1.º de Dezembro no programa das Nicolinas terá durado até 1928, ano em que se realizou uma sessão solene promovida pela academia, com a colaboração da Sociedade Histórica da Independência de Portugal.