Rojões com papas e castanhas e/ou arroz de bacalhau ou de penosas (pica no chão).
Antigamente haviam ainda em alternativa sardinha assada, bolinhos de bacalhau, broa e caldo verde.
Cumprindo o Solstício de Inverno a Festa Nicolina detém ainda um património tertuliar e gastronómico importante. Ao longo das épocas a mesa foi um espaço de confraternidade fundamental para a iniciação dos caloiros e rituais de integração.
As tradições do comer e do beber são ritualidades Dionisíacas e Baquianas e, sobretudo respeitavam os ciclos naturais da terra e o uso dos seus frutos ou produtos em cada estação.
Também os locais de encontro eram aqueles onde os adultos tinham poiso. As TASCAS e comedouros. Muitas foram referência de memória, bem como pontos de encontro de grupos e tertúlias, espaços de debate e de crescimento pessoal e social.
São ainda hoje referidas no imaginário Nicolino a Tasca do Miranda à Praça da Oliveira com o seu famigerado “pito de mergulho” ou a do Calondro onde se afinava a caixa ou o bombo e se tomava unm quentérrimo Caldo de Unto, depois de se tocar as Novenas na Sr.ª da Conceição. Refiro ainda a famosa loja da Sr.ª Aninhas onde se comiam uns bolinhos de farinha e ovo e rabanadas, ou um pica no chão encontrado perdido na noite e que a madrinha tratava a preceito.
Tudo o que fosse de petiscar ou de comer era regado por um tinto carrascão novo cuja prova era feita pelo grupo que bebia da mesma malga como “membro” efectivo.
Das Tascas e Vendas ainda vivas hoje na cidade quero fazer referência já que a Festa Nicolina hoje é tão grande que enche mais depressa os restaurantes de comida “plástica” e insipida com “líquidos” a acompanhar de origem duvidosa, com pouco respeito por Baco.
Assim,
são ainda de referência, memória e tradição, pontos de convivialidade
com petiscos regionais e Baco a inspirar em copos de branco ou malgas de
tinto, e que os Velhos conhecem bem:
A Sequeira da Rua de Stª Maria
A Adega do Conas à Stª Luzia
A da Viúva e outra do Salgado, no Cano
A Cozinha Regional do Beça na Praça de Santiago
Os Caquinhos na Arrochela
A Tasca do Pimenta à Rua da Rainha
Ou a Venda do Pinto na antiga Rua dos Francos
O Castro e ainda o Regional na Rua D. João I
A Velha casa do Corta que já desapareceu do Campo da Feira
A Casa Piedade na Rua da Ramada, a mais antiga, hoje na cidade, datada de 1905 a sua criação