Arquivo: Danças de 1960

AS danças nicolinas no ano de 1960, foram escritas por Francisco Costa.



A Comissão das Festas Nicolinas de 1960 acaba de receber um telegrama de Coimbra, que vou ter a honra de ler a V. Ex.
«Com grande espanto população desta cidade, hoje manhã, encontrou-se aberto túmulo Fundador Nacionalidade Stop.
Interrogado servo Santa Cruz no meio maior emoção informou que o Primeiro Rei de Portugal lhe dissera ausentar-se por 24 horas fim assistir Danças Nicolinas 1960 sua querida terra natal Stop Favor prevenir Cavalaria Seis essa cidade fazer guarda de honra Sua Majestade junto rodovia Pombais Stop».
A Comissão das Festas pede, pois a todos os conterrâneos do Rei Fundador o favor de o receberem condignamente.
Também tenho a honra de informar o Ex.mo Público que a grande Amália Rodriguez se deslocou de Brasília a esta cidade para nos mimosear com um fado seu cuja letra é dedicada à cidade número um de Portugal.
Uma advertência, porém, temos que, com vossa licença fazer:
Não vai o Ex.mo Público assistir a um sarau de arte. Longe disso. Vai assistir a um dos tradicionais números das Festas Nicolinas, pleno de humorismo, sem, nem por sombras, se tentar ofender quem quer que seja. Não passa de uma mera brincadeira secular para assim se cumprir uma tradição e a boémia académica.
Atenção, pois, às danças de 1960.



BOMBO E MOCA
Ai velhote se a queres bonita
Arrebita, Arrebita, arrebita!

Ai velhote se a queres bonita
Arrebita, arrebita, arrebitai

Nas Posses e Maçãzinhas
Novenas e no Pinheiro
Tocamos sempre o zabumba
Nem que seja o dia inteiro

Estribilho
Até as nossas sopeiras
Apesar da sua treta
Apreciam tocar bombo
E gostam da maçaneta

Estribilho
Que saudades nós teremos
Do verdasco e do presunto,
-Tudo passa com o tempo
-Adeus velho caldo d'unto

Estribilho
Cantai rapazes cantai
Em som cavo e profundo
Tocai rapazes tocai
Atroando o mar e o mundo

Estribilho
Já se levanta-miragem?
-Com quatro andares ou mais
A Central de Camionagem
Lá p'rás bandas dos Pombais...

Estribilho
Mas a Sacor que não dorme,
Encomendou à Guimar
Um edíficio enorme
Com restaurante ao luar...

FOI DEUS
Foi Deus
Que fez as estrelas
A luz do luar
Deste céu de anil
De belesa sem par!
Benzeu nosso Castelo
A Penha formosa
Este prado tão belo
Que o Sol banha com luz de oiro e rosa!

Foi Deus
Que fez a Lapinha
As colinas benditas
Que extasiam a alma minha
Que o Ave fez e o Vizela
S. Torcato e Atães
Toda esta região bela
Onde vives linda Guimarães!

Onde Sampaio nasceu!
Como um astro a brilhar!
Onde Sarmento viveu, ai!
Como um sol de oiro a raiar!


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